06/10/2011

"Teje" preso!!

Quando a internet surgiu para mim, um novo mundo parecia disponível bem na tela do meu computador.
Se antes eu achava que com um monitor e um teclado era possível me comunicar na mesma linguagem do Hulk, quando cada letra que eu digitava surgia verde bem na frente dos meus olhos, quando fui apresentada ao tal do Internet Explorer vislumbrei um universo bem mais colorido e cheio de novidades.

Me disseram que a internet me levaria para vários cantos do mundo sem que eu saísse de casa. E levou. E trouxe bastante gente para dentro da minha casa também. Com aquela onda de chat, os amigos virtuais conversavam comigo como se estivessem na minha sala.

Aí depois me falaram que a web é o meio mais democrático de comunicação. Surgiram sites, blogs, orkut e mais um monte de formas de saber o que os outros pensam, como gente das mais diversas partes do planeta viam os mesmos assuntos que me interessavam, uma maneira de expor minhas opiniões e discutir sobre elas. Praticamente uma mesa de bar virtual, sem limites geográficos.

Só esqueceram de me dizer que aquela suposta liberdade era só uma isca para fisgar aqueles que pensam e exaltar aqueles que "pensam" como a maioria pensa ser certo pensarem. Veio o primeiro processo baseado em algo registrado em algum www. Achou-se que seria um caso isolado, quase uma aberração. Depois veio outro processo, que virou argumento para outro mais outro mais outro. E agora ninguém mais pode dizer ou discutir nada sem medir as palavras que serão digitadas. Tudo tem que ser muito pensado, pois uma palavra supostamente mal colocada pode render alguns salários-mínimos de indenização. Ou uma demissão. Ou uma inimizade.

Agora passamos do ano 2000, entramos no século em que pensamos que viveríamos como os Jetsons. Temos as tais das mídias sociais, qualquer um pode escrever qualquer coisa para qualquer um ler. Opa! Qualquer coisa não!

A verdade, para mim, é que o que pensei ser uma mesa de bar virtual tornou-se uma prisão digital. Estamos todos presos. E o pior: com a sensação de que somos livres.

Então voltemos ao botequim. Lá, sim, as palavras transitam sem vergonha. Só não podemos esquecer de falar um pouco mais baixo, porque agora também tem aquele negócio de processar por calúnia, preconceito e sei lá mais o que. Mas isso é assunto para outro post...