21/06/2011

Seu sucesso é o meu sucesso

Quer me proporcionar um momento de alegria? Faça sucesso. Eu não tô falando em ficar famoso, falo em sucesso.

Adoro conhecer pessoas, ouvir suas histórias, seus planos, dar conselhos, ajudar em algo. Não, eu não sou a Madre Tereza de Calcutá. Mas eu curto muito observar a trajetória do ser-humano, os diferentes comportamentos e reações, imaginar o que foi que levou a pessoa a agir daquela maneira, pensar no que ela deve sentir quando se depara com determinada situação. Enfim, gosto de gente.

E quando alguém que conheço faz sucesso, parece que uma parte de mim também está dando certo. Não precisa ser alguém do meu convívio, com quem eu me relacione diretamente. Basta que eu o admire. E aí eu faço questão de, de alguma forma, participar daquela realização, ainda que a criatura nem fique sabendo.

Lá por 2002, 3 amigos fizeram um curta chamado Atrocidades Maravilhosas (olha que lindo: http://www.youtube.com/watch?v=C-EBmw3zBaY e http://www.youtube.com/watch?v=cfGxB-bvlUw&feature=related). Exibiram no Odeon (Rio de Janeiro) e fiz questão de estar presente sem nem saber direito do que se tratava, para prestigiar. Só por perceber a satisfação daqueles 3 meninos por realizarem o projeto deles. Chegando lá, duas gratas surpresas: cinema lotado e disputadíssimo e trilha do Pedro Luis (de quem eu já era fã). Depois daquele dia, o filme foi exibido em diversos festivais, no Canal Brasil, etc.. Mas voltando à coisa do sucesso, perceber toda aquela alegria deles, o lindo trabalho que fizeram e o reconhecimento da mídia e do público me deu tanto, mas tanto orgulho... E olha que eu os conhecia havia bem pouco tempo.

Aí um dos 3 meninos, que se encontrou profissionalmente no cinema, foi convidado para ser Diretor de Fotografia de uma polêmica produção nacional: Tropa de Elite. Em um de nossos encontros, ele comentava com uma satisfação tão grande o trabalho que vinha fazendo, algumas histórias de set, os perrengues. E eu ouvindo aquilo tudo completamente fascinada por perceber a felicidade e realização de um cara tão do bem. Veio a pirataria e o filme já era comercializado antes mesmo de estrear no cinema. Vários conhecidos ofereceram a oportunidade de eu ver o filme no conforto da minha casa e de graça. Eu só lembrava da carinha do Lula Carvalho, misturando cansaço e entusiasmo, tudo o que ele batalhou para conseguir, a dor nas costas de carregar uma câmera não sei quantas horas por dia. E pensava que a forma mais digna de eu contribuir para aquela história de sucesso que eu tanto admirava era ir ao cinema. E fui.

Outra história linda é a de uma menina de seus vinte e poucos anos que faz parte de um grupo de amigas, mas com a qual tenho pouco contato. Ela faz residência em outro Estado. A mãe dela é ginecologista e ela resolveu seguir o mesmo caminho. Está lá, longe da família e dos amigos, do conforto da sua linda casa, para correr atrás do seu projeto de vida. Ok, como ela tem muita gente (inclusive eu) que abre mão de ficar numa zona de conforto por acreditar em algo. Mas ninguém imagina como foi bonito o primeiro bebê desse grupo de amigas vir ao mundo pelas mãos dela. Que cena linda! Que orgulho! E eu estava lá, vendo aquela menina com o bebê da nossa amiga recém-nascido nos braços dela, que estava toda vestidinha de roupa de centro cirúrgico. E com o amor que essa menina demonstra ter pelo que escolheu fazer, o resultado só pode ser o sucesso. E eu estarei sempre torcendo para que Luisa Aguiar só evolua e me proporcione outros tantos momentos de prazer como esse.

O post está ficando longo e eu ainda tenho um monte de histórias para contar. Tenho muitos amigos, conhecidos, ídolos que só evoluem naquilo que se propõem a fazer e, consequentemente, me deixam muito feliz. Então vou finalizar com uma história de fã.

Sempre curti conhecer novos sons e a percussão é algo que toca muito forte meus sentidos. Talvez meus antepassados negros expliquem esta ligação. Um belo dia, não me lembro como, conheci uma banda que me chamou muito a atenção pela beleza das letras de suas músicas e pela vibração do batuque forte sempre presente nas melodias. Calculo que a primeira vez que ouvi tenha sido ali por 1999 ou 2000. Era uma fase da tal da MPC (Música Popular Carioca), de Free Jazz Festival. A banda chamava-se Pedro Luis e a Parede, conhecida como PLAP.

Em 2000 ou 2001 (minha memória é sofrível) fui a um ensaio do Monobloco, que eu sabia que era capitaneado pela PLAP. Eu queria saber o que mais eles poderiam me apresentar de novidade, além daquele som delicioso que eu já admirava. Fui para o Clube Condomínio e me deparei com uma batucada mais forte ainda. Fui num dos primeiros desfiles, quando o Jardim Botânico ainda suportava o público que os seguia. Aí o Monobloco tomou uma proporção animal e eu parei de frequentar, impedida por minha fobia de multidões.

Voltando à PLAP, além da beleza das letras e da percussão, outro fator me fez virar fã: a voz do Pedro Luis. Sabe uma voz que toca seu coração, que acaricia seus ouvidos e que você não cansa de ouvir? Então... A voz dele me traz esse conforto.

Finalmente, resolvi que queria aquilo para mim. Comprei meu primeiro CD da PLAP - o Zona e Progresso. Quase gastei o CD de tanto ouvir! Aí saí do Rio e a PLAP lançou outro CD - Vagabundo, com o Ney Matogrosso. Comprei o CD e vendo aquele sucesso todo que eles estavam fazendo, fiquei muito feliz, me sentindo realizada por eles. Fui ao Rio justamente quando eles estrearam o show Vagabundo no Canecão. Foi a primeira vez que me deparei com um sentimento conflitante: talvez aquele sucesso todo não me deixasse tão feliz, dada a dificuldade e o alto valor dos ingressos.

Após o show, fui eu e meu CD para o camarim. Na porta, um sujeito grosseiro dizendo que se eu quisesse esperar toda a fila de famosos entrar era por minha conta, e que ele não garantia meu acesso. Fiquei muito triste e comecei a chorar que nem criança. Poxa, aquela oportunidade de ver meu ídolo de perto, pegar autógrafo, na minha terra... Mas fui persistente, minha mãe saiu se enfiando no camarim e, quando eu percebi, estava ela lá de dentro me chamando para entrar. Entrei com a cara toda vermelha de tanto chorar e quando chego lá dentro, aquele sentimento conflitante passou. O Serjão Loroza (na época, vocalista do Monobloco) enxugou minhas lágrimas e, em seguida, chamou o Pedro Luis, que me abraçou carinhosamente, transbordando simpatia. Ali eu vi que ele e a Parede mereciam todo o sucesso do mundo e que dali em diante eu compraria todos os CDs e iria a todos os shows que eu pudesse. Porque eles merecem todo o meu carinho não só pelo talento da deliciosa batucada.

Alguns meses depois, a PLAP veio para Floripa com Vagabundo. E desde 2004 eu não dei mais a sorte de pegar um show deles no Rio ou em Floripa. Enquanto isso, fui completando a discografia e comprei o É Tudo 1 Real e o Astronauta Tupy. Também comprei os 2 CDs do Monobloco e o primeiro DVD. Tudo original, óbvio. É a minha forma de contribuir com a história deles e retribuir cada poesia musicada pela Parede (Sidon, Mario Moura, Celso Alvim e C.A.) e cantada pelo Pedro Luis e o carinho dispensado por eles a cada ida minha ao camarim (porque se tem show da PLAP, tem ida minha ao camarim). É também a forma de mantê-los mais pertinho de mim.

2004 - Camarim da PLAP em Floripa

Com o Pedro Luis (prova de que o tempo fez bem para a gente)

Em 2006, estive no Rio e acabou coincidindo com a apresentação da PLAP na rádio MPB. Nem pestanejei. Liguei para a rádio, implorei para assistir e lá fui eu tietar. Cinco anos depois, show do Monobloco no Planeta Atlantida. Paguei uma fortuna no ingresso, já que por causa da minha fobia de multidões tive que comprar na tal da área VIP. Que show espetacular. Chorei sem parar lembrando os bons tempos de Clube Condomínio. Mas minha saudade da PLAP não foi tão amenizada por 2 motivos: Sidon, o cara mais animado da PLAP, não estava no show e, o pior, Pedro Luis também não veio. E sem Pedro Luis não tem camarim (que em festival seria uma missão quase impossível).

O show na Rádio MPB, em 2006

Quatro meses depois, show do Monobloco numa casa de shows de Floripa. Paguei outra fortuna pelo ingresso no melhor local da casa e preparei minhas amigas: "Quero chegar cedo porque vou ficar grudada no palco. Vou chorar várias vezes durante o show e preciso ir no camarim tietar o Pedro Luis no fim. Só saio de lá depois de tirar uma foto com ele". Elas riram, até porque uma mulher de 31 anos falando isso realmente parecia piada. Mas compraram a ideia e todo o roteiro foi cumprido: grude no palco, choro e tietagem. De brinde, ainda fiquei horas conversando com o C.A. e descobri que a gentileza era característica de toda a Parede.


E no camarim, tietando o Pedro Luis, descobri que eu andava tão afastada deles que nem sabia que eles tinham lançado DVD. Comprei o DVD. Navilouca, que coroa os 15 anos da PLAP, é emocionante. Pena não ter imagens de making of, tipo as da divulgação.

Agora só fica faltando Ponto Enredo, CD lançado antes de Navilouca, para completar minha coleção. Está muito difícil achar em Floripa, mas quem sabe uma alma boa não leia esse post e me mande um de presente?

Então concluindo o post gigante e voltando à questão do sucesso, o sucesso de cada integrante da PLAP sempre será o meu sucesso. Eu só espero conseguir contribuir oferecendo meu carinho, minha admiração, minha presença nos shows (já que não têm vindo a Floripa, penso em ir até São Paulo para vê-los, caso consiga ingresso), comprando os CDs, DVDs... Ah, sempre que a grana permitir. E se a grana não permitir, carinho e admiração não oneram, né?

10/06/2011

Sra. Skol se vinga do Sr. Luftal

Que cerveja empapuça todo mundo sabe. Ah, não? Então tente perceber quantos mini-arrotos você dá quando está conversando com alguém enquanto bebe sua sexta latinha.

Mas cerveja é uma coisa boa, né? Aquele líquido geladinho, geralmente acompanhado de algumas gargalhadas, que vão aumentando em relação diretamente proporcional à quantidade ingerida. A melhor bebida do mundo para matar a sede num churrasquinho. Mas tem suas inconveniências.

Além do xixi interminável, aquela sensação de que se comeu uma jamanta, quando, na verdade, só foram 3 linguicinhas, é desagradável. E o inchaço? Se sair com aquela blusa justinha para tomar cerveja, não esqueça de carregar um casaco. Se estiver calor, leve um casaco bem levinho, mas leve. Porque você chega para beber com 50kg e depois de algumas cervejas parece que está grávida de 4 meses.

Aí um sujeito que já não aguentava mais voltar para casa com a mulher engolindo pequenas porções de ar e reclamando que o amigo dele só compra carne pesada inventou o Luftal. Pronto! A mulher dele nunca mais reclamaria de estar se sentindo um balão e ele não teria mais que questionar o sex appeal dela a cada traque barulhento dentro do carro. Salvou seu relacionamento e garantiu para ele 2 dias de feijoada seguidos, já que ele também se aproveitou da própria invenção para tirar aquele peso da feijoada de sábado e conseguir encarar outra no domingo.

Mas num desses fins de semana de rodada dupla de feijoada, ela foi no sábado e disse que não iria no domingo porque tinha combinado com as amigas de dar uma corridinha na praia. Na volta da corrida, ela resolveu passar (de surpresa) na churrascaria para dar um beijo nele. Chegando lá, que problema: seguro de que ela não iria nem querer chegar perto de uma churrascaria após a corrida na praia, ele chamou outra gatinha. Ao ver a cena, nada de escândalo. Apenas uma promessa: "Toda a grana que você está ganhando com essa sua invenção vai acabar. E você vai ficar pobre e gordo. E essa menina não vai querer subir num ônibus contigo. The game is over! Me aguarde!"

E tempos depois ela inventou a solução para os problemas dela. Agora pode beber uma caixa inteira de cerveja sem ficar pausando as frases para arrotar para dentro. Pode sair de blusinha na boa, sem ficar perdendo casaquinhos por causa da bebedeira. Pode comer 3 linguicinhas e mais uns tantos pedaços de carne (só continua sem comer pão de alho se estiver afim de alguém porque é esperta). E bebe sentada, sem medo de não conseguir levantar porque a barriga tá inchada e dura.

Mas o melhor é: ela faliu o Sr. Luftal. As vendas caíram o suficiente para garantir a ele apenas tubaínas na geladeira. Agora seus comprimidos são distribuídos gratuitamente, junto com o fio dental, nos banheiros das churrascarias do país.